C.

Falando de sonhos...
Sem amarras nem grilhões.
Não compreendo o porquê de uma mudança tão radical.
O mundo machista, o mundo feminista.
E onde está o mundo do equilíbrio, da complementação?
Trechos da história, muitas proibições, anulação de tudo que é feminino.
Trechos da história de hoje, liberação do feminismo exacerbado.
Negação de todo o masculino.
Onde quero chegar?!
Sim... Meus sonhos!
Aquele sonho de ser mulher, reter conhecimento sobre tudo ao meu redor, sobre os sentimentos e sobre o amor. Ser mãe e ser frágil. Ser dócil e livre. Sangrar, parir, amamentar...
Sim, sei que sou assim.
Falta exatamente o oposto complementar.
O homem, a virilidade, a proteção, a força física, emoções com ótica diferente.
Meu sonho nada mais seria que, cada ser fosse fiel ao que se é.
O homem em seu lugar, a mulher em seu lugar, homem e mulher como são.
União perfeita.
Não falo da convivência, nesse aspecto só o amor supera os percalços.
Falo da harmonia do mundo. Não das opções de cada um.
Falo de unir emoção e razão, força e fragilidade, delicadeza e virilidade...
Falo do reflexo desta união em uma sociedade deficiente.
Como todo sonho, há o momento de acordar.
Vejo ao meu redor a negação de ser mulher, a negação de ser homem.
Não! De novo reafirmo, não falo de opções sexuais. Falo de ser o que se é.
Pessoas que sofrem, perdidas em si.
Pessoas presas em um tempo que é reflexo de um passado obscuro.
Passado manchado pela falta do feminino.
Tempo esse que de tanto o feminino castrado, ressurge inexorável. Tomando para si o masculino que era supremo.
Tempo confuso onde a harmonia não se vê.
Meu sonho? Poder usufruir o tempo completo... Tempo de harmonia entre o céu e a terra, entre a água e o fogo, entre o macho e a fêmea...
Meu sonho... só mais um sonho...