14 de mar. de 2008
C.
Sou como uma biruta. Rodopiando e variando as direções. Às vezes paro e sucumbo em mim mesma. Outras vezes enlouqueço em furacões descontrolados. Sofro as chuvas e raios, e impurezas de certos ventos. Me estico e me contorço em movimentos imprevisíveis. Mas às vezes, muitas vezes, os ventos adentram em mim, e me dão forma, balanço. Me encho de vida, as vezes inconstante, muitas vezes indefinida, mas sempre intensa em seu tempo. Passa o tempo, mudam-se os ventos, mudo de direções e a cada instante consumo tudo que me é permitido. Ah, tempo! Soberano tempo... Instantes insólitos para muitos e tão intensos e permeáveis para mim. Sou uma biruta da vida! O vento de vida e tempo me guiará sempre. Não espero encontrar uma brisa suave e fresca, doce e constante. Não, não espero por isso! Sei que entre tempestades devastadoras e paradas necessárias, terei sempre o prazer de sentir em mim, por completo, o vento de vida e tempo, a alegria de ser assim, a recompensa por ser permissiva, por estar aberta a tudo sempre. Que o vento me guie, que a vida me carregue e que o tempo não me deixe esquecer...
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