13 de set. de 2006

Força Estranha

Eu ví o menino correndo, eu ví o tempo
Brincando ao redor do caminho daquele menino
Eu pus os meus pés no riacho
E acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada
E eu nunca passei.
Eu ví a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.

Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto
Não posso parar
Por isso essa voz tamanha.

Eu ví muitos cabelos brancos na fronte do artista
O tempo não pára e no entanto ela nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo
Do fogo, das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé, é o chão.

Eu ví muitos homens gritando, ouví seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta
E a coisa mais certa de todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
E o sol sob a estrada, é o sol sob a estrada, é o sol.

Roberto Carlos (1978)

Nenhum comentário:

Postar um comentário